O Livro

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Apresentação do Livro CHICORONHO

Apresentação do Livro CHICORONHO
FNAC Almada - 17/04/2010

Apresentação do Livro CHICORONHO

Apresentação do Livro CHICORONHO
FNAC Algarve - 24/01/2010

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Parabéns Luanda pelos 435 Anos - 25 de Janeiro de 2011

A 23 de Outubro de 1574, Paulo Dias de Novais, neto do grande navegador Bartolomeu Dias parte em direcção ao Reino de N´gola do Ndongo. A primeira escala foi a Ilha da Madeira, depois Cabo Verde (Ilha de Santiago) no dia 17 de Dezembro. A 1 de Fevereiro chegavam à zona do Rio Congo. O padre Garcia Simões membro do grupo de Paulo Novais descrevia: “ No espaço voava “cópia de pássaros” de barrigas vermelhas. Navegaram ao longo da costa durante três dias e a 20 de Fevereiro tiveram “vista da ponta” da ilha de Luanda e “de alguns barcos que estavam ancorados no porto”.


Todavia na “História da residência dos padres da Companhia de Jesus” produzida vinte anos depois, com a afirmação de quem tinha sido ouvidas “informações de pessoas dignas de fé”, entre as quais o padre Baltasar Afonso, outro membro da missão de Paulo Novais, a data de chegada à Ilha de Luanda é de 11 de Fevereiro.

Quem foi exacto? O padre Baltasar ou o Padre Simões? Ambos fizeram parte do grupo que chegou à ilha de Luanda!!

No meu entender a chegada a Luanda foi a 11 de Fevereiro de 1575 porque no dia 1 de Fevereiro, a armada de Paulo de Novais já se encontrava no Rio Congo, logo parece evidente que onze dias são mais do que suficientes para concluir a distancia que separa o Rio Congo da Ilha de Luanda.

Uma questão que se impõe, ainda sem resposta e que, certamente continuará sem resposta – No momento da chegada de Paulo Novais à Ilha de Luanda, a quem pertencia, efectivamente, a faixa continental fronteira à Ilha? Ao Reino do Congo? A sobas aliados do N´gola Ndongo? aos invasores imbangala provenientes do longínquo leste?

Curiosamente o fundador da maravilhosa Luanda, Paulo Dias de Novais, morreu pobre e endividado, aos 9 de Maio de 1589, em Massangano, a vila por ele criada na confluência do Rio Lucala com o Rio Kwanza.

Outra curiosidade é que Paulo Novais morreu sem nunca ter chegado a contacto com o N´gola.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A 1º República em Angola

Manuel Coelho era coronel e viveu vários anos em Angola como exilado politico republicano de 1891 a 1896.


O mérito deste primeiro Governador - Geral da era pós monarquia, foi a tentativa de acabar com o trabalho forçado em Angola, nesse sentido, em 1911 deportou 11 portugueses acusados desse crime! Mas este governador acabou por desistir de lutar por uma Angola mais justa e humana, acabou por se demitir em Março de 1912.
Mas não foi só o Governador- -Geral a vitima dos poderosos comerciantes colonos aliados e protegidos por um vasto número de empresários/politicos influentes de Lisboa, nesse sentido, Carvalhal Henriques, Governador de Moçamedes (actual Namibe) que se tornara conhecido por se opor ao trabalho forçado foi demitido na mesma altura.

Importa salientar que o trabalho forçado tinha sido instituido no regulamento de 1878 e saído mais reforçado ainda no Regulamento de 1899.

Mas, a verdade é que a República nada trouxe de novo! Em 1911 foi aprovado um regulamento que mais não era, uma cópia da lei de 1899.

A legislação repúblicana decretava que todos os africanos, excepto os «civilizados», tinham a obrigação de trabalhar durante um período de tempo determinado por cada ano.

Este tipo de trabalho só foi abolido em 1921 pelo alto-comissário Norton de Matos. Mas, apesar de uma legislação bem-intencionada, as práticas laborais continuaram praticamente iguais (até anos 60) ao que eram antes.

Com as obras: «Portuguese Slavery: Britain´s Dilemma, de John Harris (Londres, 1913), e Report on Employment of Native Labour in Portuguese Africa, de Edward A. Ross (Nova Iorque, 1925), fica claro que o trabalho forçado sob o regime republicano era tão mão ou pior do que no período mais decadente da monarquia de Bragança.

Fonte: René Pélissier & Douglas Wheeler

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Martin Luther King – um eleito de Deus.

Hoje não falarei de Angola, mas falarei de um líder que gostava de ter tido em Angola!
Há uns meses elogiei Nelson Mandela, hoje depois de muita analise de um livro e de um documentário com imagens reias elogio Martin Luther King – um eleito de Deus.


Luther King no dia 3 de Abril de 1968 tinha uma reunião à noite, na cidade de Memphis onde o esperavam mais de 11 mil pessoas. Mas, ele nesse dia estava com febre, assim seu amigo e companheiro de luta, Andrew Young, disse para ele ficar a descansar. Martin Luther King ficou sozinho. É no momento da sua solidão que ele recebe a visita de um anjo que diz que ele está entre os escolhidos de Deus, e para transmitir às pessoas essa mensagem. Depois da visita do anjo, Martin Luther King recebe um telefonema de seu amigo a dizer «tens de vir, estão aqui mais de 10 mil pessoas que te esperam escutar. Luther King foi, mesmo cheio de febre e falou para a multidão (agora tomem muita atenção a cada palavra dele):

“Como qualquer pessoa gostaria de ter uma vida longa.


A longevidade é uma ideia agradável. Mas isso agora não me preocupa. Só quero cumprir a vontade de Deus.


Ele permitiu-me subir à montanha, olhei para lá da montanha e vi a terra prometida.


Posso não chegar lá convosco, mas quero que saibam, hoje, que nós, como povo, chegaremos à terra prometida! Por isso, esta noite estou feliz. Não há nada que me preocupe. Não temo homem nenhum. Os meus olhos viram a glória da chegada do senhor”.

Umas horas depois deste discurso Martin Luther King morre assassinado com um único tiro na varanda de um hotel.

Agora volte a ler o discurso de Martin e veja o que eu vi.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Ainda tem sentido falar de Etnias?

Quando escrevi o poema «Etnia Chicoronho», estava profundamente nostálgico. Este é um poema em homenagem à etnia esquecida pelos estudiosos em antropologia, oriunda do Sudoeste de Angola. Quando vi o blog da Pilico, fiquei muito feliz porque o poema ganhou outra dimensão.


Contudo, importa esclarecer que a definição do termo etnia é a única cientificamente correcta para categorizar grupo de pessoas. Nunca confundir Etnia com o termo «raça»

Ou seja, no sensos latos ainda se houve muito o termo «raça». O termo "raça caucasiana" foi criado pelo filósofo Christoph Meiners no século XVIII, mas só se popularizou no século XIX. Desde o século XVIII, termo raça passou a ser usado como instrumento politico e é sobretudo associado a discursos rácicos. Infelizmente devido à ignorância de muitas pessoas, inclusive de professores universitários, o termo «raça» é ainda muito utilizado.

O termo «raça» para além de ser ignóbil é estúpido porque, na classificação dos seres vivos, nomeadamente na dos seres humanos só se pode classificar de espécie Homo sapiens – na qual, não há ausência de diferenciação genética. Portanto, inexistem raças humanas do ponto de vista biopolítico matematicamente convencionado pela maioria. No "Código Internacional de Nomenclatura Zoológica" (4ª edição, 2000) .

Todos os membros da espécie são semelhantes, então a espécie não pode ser dividida em subcategorias com significado biológico.

Por tudo isto que acabei de explicar, surgiu o termo ETNIA.

O conceito etnia deriva do grego ethnos, cujo significado é povo. A etnia representa a consciência de um grupo de pessoas que se diferencia dos outros. Esta diferenciação ocorre em função de aspectos culturais, históricos, linguísticos, raciais, artísticos e religiosos. A etnia não é um conceito fixo, podendo mudar com o passar do tempo. O aumento populacional e o contato de um povo com outros (miscigenação cultural) pode provocar mudanças numa determinada etnia. Geralmente usamos o termo etnia para nos referirmos à grupos indígenas ou de nativos. Porém, o termo etnia pode ser usado para designar diversos grupos étnicos existentes no mundo.

Contudo, ponho actualmente a hipótese do termo etnia ser eliminado porque no mundo globalizado é cada vez mais dificil termos etnias no seu verdadeiro sentido do termo.

Por outro lado, o termo etnia não sendo grave como o termo «raça», não deixa também de ser um terno em certa medida politico. Quando no século XIX os europeus se aproximaram das sociedades africanas começaram a usar o termo “Tribo” no sentido claramente pejorativo. “O que é curioso, é que quando os europeus se referem a si próprios nunca usam o termo “etnia”, eles se designam de “Povos”, mas aos africanos dizem “etnia ou tribo”. Da mesma forma que os Bascos e os Catalães, na Espanha, são povos o mesmo deve ser atribuído aos Nganguelas Bailundos, entre outros. Por isso coloco a hipótese da mudança de nomes para designar os povos africanos.

CHICORONHO no YOUTUBE e Blog!!!!

Com o contributo da grande familia Angolana, nomeadamente a grande familia Chicoronho, paulatinamente vai sendo divulgado a etnia esquecida pelos antropologos, oriunda do sudoeste de Angola.
Por isso não deixem de ver o seguinte blog:

 http://sandularte.blogspot.com/search/label/Etnia%20Chicoronho


Um blog brilhantemente construido pela chicoronho Pilico, conhecida pelos portugueses por Ana Paula.

Etnia CHICORONHO, contributo para a Cultura de Angola

No dia 8 de Janeiro, comemora-se o dia Nacional da Cultura Angolana, nesse sentido volto a publicar um poema meu dedicado à mais recente etnia nascida em Angola:



Etnia Chicoronho



Lá de longe, vieram as minhas origens

Terra apelidada de pérola do oceano

Com bravura e coragem embarcaram

Em direcção ao desconhecido

Que sobretudo era temido

Pelas mitológicas histórias

Mesmo assim duzentas e vinte e duas almas partiram

Num Outubro, chuvoso de dor

Dor de quem partia

Desespero de quem ficava

Por uma separação que amargava

Com lágrimas de sangue

O Índia desapareceu

No horizonte do oceano atlântico

Para os que partiram

A pérola do atlântico desaparecia

Mas surgia no horizonte a conhecida jóia da coroa

Situada do outro lado do hemisfério

Hemisfério sul, onde tudo era mistério.

Novembro foi o mês

Que a nova terra os conheceu

Moçamedes, assim se chamava desde 1849

Não seria aí que o grupo ficaria

Homens, mulheres e crianças

Partiram a pé pela savana dentro

Ajudados por carros bóeres

E nada mais

Escalaram ao sol

Com a dor da saudade dos entes queridos

Que ficaram para trás sofridos

Na véspera de natal chegaram ao seu destino

Em condições de facilmente perder o tino

Porque suas moradas mais não eram que barracões

Que lhes fez doer os corações

A promessa foi uma

A realidade foi outra

Não desanimaram

Porque àquela terra amaram

Em poucos anos

Chegaram mais conterrâneos

Juntos tomaram aquela terra como sua

Muitos enrolaram-se e juntaram-se com os muílas

Mal amados pelo omuputu

Estimados pelos muilas

O Omuputu tratava-o por colono

Por não terem direito ao seu nome

O muila apelidou de chicolonio

De tribo branca também foram chamados no Puto

Venceram os desafios

Porque na Huíla não estavam sozinhos

Os muilas foram seus amigos

E com eles surgiu a nova etnia

A mais recente de África - CHICORONHO

                                   Jorge Kalukembe