O Livro

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Apresentação do Livro CHICORONHO

Apresentação do Livro CHICORONHO
FNAC Almada - 17/04/2010

Apresentação do Livro CHICORONHO

Apresentação do Livro CHICORONHO
FNAC Algarve - 24/01/2010

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

O homem grande e os homens pequenos!

Homem muito, muito grande.


Hoje excepcionalmente não irei falar de Angola, do Chicoronho ou da Huíla!

Mas, de um homem muito, muito grande!

Um homem que combateu o que de mais repugna qualquer ser humano minimamente informado e equilibrado – RACISMO.

Raça, um termo ainda hoje tão utilizado, mas que academicamente não tem qualquer significado, porque é um termo em si, vazio. Um termo criado politicamente. Não há raça humana, apesar de se ouvir muitas vezes essa designação, inclusive de professores universitários.

Há a Espécie Humana, pertencente ao Reino Animal. Com a evolução da espécie humana e com a sua diáspora pelo mundo fora houve a necessidade da sua pele se adaptar à Latitude que se encontrava. Assim resultaram as peles mais escuras com diferentes tonalidades, ou seja, do negro ao encarnado entre os trópicos de Cancer e de Capricórnio, como adaptação aos intensos e perigosos raios UV; Mas, à medida que o ser humano se foi instalando nas latitudes mais elevadas, a sua pele teve outras necessidades e por isso são peles mais claras. Simples de perceber!

Não há raças, mas sim etnias. Mas, mesmo em relação às etnias há confusões de interpretação.

Todos aqueles que vivem no mesmo espaço geográfico e partilham em grosso modo os mesmos hábitos ao nível da cultura, língua, musica, costumes, gastronomia, danças entre outros, então estamos perante o mesmo grupo étnico.

Claro que ainda hoje, muitos não conseguem desligar o conceito de etnia da cor das pessoas, mas uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.

Portanto, isto significa que podemos academicamente ter um negro, castanho, vermelho, amarelo ou branco pertencentes todos à mesma etnia, desde que estes convivam no mesmo espaço geográfico e partilhem os mesmos pressupostos acima mencionados.

Voltando ao homem grande que orgulhosamente eu sou contemporâneo, foi preso exactamente por defender que não havia raças humanas e muito menos que havia raças superiores e raças inferiores.

Foi preso por combater um sistema hediondo profundamente rácico.

Quando foi preso era um jovem adulto e permaneceu encarcerado durante décadas, quando saiu, já era idoso. Volto a repetir: ficou preso durante décadas. Ele tinha perdido toda a sua vida de juventude e de auge físico e intelectual numa prisão. Lembro que nenhum de nós vive duas vezes, ou seja, ele não teve segunda oportunidade de voltar a ser jovem.

Por conseguinte, quando foi anunciado a sua eventual libertação, os homens pequenos pensaram:

«ele sairá revoltado e quererá a vingança de quem lhe tirou as melhores décadas de vida»

Mas, quando um homem é grande, as suas acções e atitudes também o são, assim, depois de ele ser libertado, fez um discurso num estádio completamente lotado e para espanto dos homens pequenos, ele apelou ao dialogo em vez da divergência, ele apelou à compreensão em vez do ódio, ele apelou à tolerância me vez do seu contrario, ele apelou à reconciliação em vez da divisão.

O homem grande foi libertado no dia 11 de Fevereiro de 1990 e chama-se Nelson Mandela.

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