No passado dia 13 de Dezembro, Baia Farta fez quarenta e cinco anos que foi elevada a Concelho. Até 1965, Baia Farta era posto administrativo de Benguela.
Baia Farta está a cerca de 25 quilómetros de Benguela e segundo a história a dinamização desta localidade foi iniciada com a chegada de dois irmãos portugueses, decorria o ano 1910.
Quando os irmãos portugueses chegaram perguntaram ao povo local como se chamava aquela terra, eles responderam Mbondo.
Os irmãos como não conheciam aquela palavra, perguntaram o que significava Mbondo.
Os locais responderam que Mbondo significava «abundância de peixe à beira mar».
Os portugueses disseram: Então isto é uma baia farta!
Assim nasceu a localidade com novo nome – Baia Farta.
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
RUMO - Alda Lara, poetisa angolana
É tempo, companheiro!
Caminhemos...
Longe, a terra chama por nós,
e ningém resiste à voz
Da terra...
Nela,
O mesmo sol ardente nos queimou
a mesma lua triste nos acariciou,
e se tu és negro e eu sou branco,
a mesma terra nos gerou!
Vamos, companheiro...
É tempo!
Que o meu coração
se abra à mágoa das tuas mágoas
e ao prazer dos teus prazeres
Irmão
Que as minhas mãos brancas se estendam
para estreitar com amor
as tuas longas mãos negras...
E o meu suor,
se junte ao teu suor,
quando rasgamos os trilhos
de um mundo melhor!
Vamos!
que outro oceano nos inflama...
Ouves?
É a terra que nos chama...
É tempo companheiro!
Caminhemos...
Alda Lara, poetisa angolana
Caminhemos...
Longe, a terra chama por nós,
e ningém resiste à voz
Da terra...
Nela,
O mesmo sol ardente nos queimou
a mesma lua triste nos acariciou,
e se tu és negro e eu sou branco,
a mesma terra nos gerou!
Vamos, companheiro...
É tempo!
Que o meu coração
se abra à mágoa das tuas mágoas
e ao prazer dos teus prazeres
Irmão
Que as minhas mãos brancas se estendam
para estreitar com amor
as tuas longas mãos negras...
E o meu suor,
se junte ao teu suor,
quando rasgamos os trilhos
de um mundo melhor!
Vamos!
que outro oceano nos inflama...
Ouves?
É a terra que nos chama...
É tempo companheiro!
Caminhemos...
Alda Lara, poetisa angolana
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Expressões Umbundo
Gostava de partilhar algumas expressões usadas na Língua Umbundo, como:
Ovela utwe - dói-lhe a cabeça
Okuchita - dar à luz
Okumina - estar grávida
Okukava - estar cansado
Ombya yateka - a panela partiu-se
Onjala ivala - a fome dói
Kasi l´onjala - ter fome
Ovela utwe - dói-lhe a cabeça
Okuchita - dar à luz
Okumina - estar grávida
Okukava - estar cansado
Ombya yateka - a panela partiu-se
Onjala ivala - a fome dói
Kasi l´onjala - ter fome
terça-feira, 30 de novembro de 2010
De Cabinda ao Namibe do Professor Adriano Rodrigues
Venho por este meio divulgar o excelente livro do Professor Adriano Rodrigues, que trata assuntos de grande interesse para todos nós angolanos. Eu destaco o seguinte:
Adriano Vasco Rodrigues exerceu o cargo desde 1965, em Angola, de Inspector-adjunto provincial do ensino. Trabalhou também no instituto de investigação cientifica em Angola. No seu brilhante livro De Cabinda ao Namibe, memórias de Angola, publicado pela editora Palimage, na pág. 297 dizia em relação a Angola: "o sistema escolar continuou a impedir a maior parte dos jovens africanos de prosseguirem nos estudos secundários. Esses jovens marginais vieram a constituir os pioneiros, que integraram o exercito do MPLA...". Ele ainda defendeu que a língua portuguesa devia ser leccionada desde o jardim-de-infancia porque "isto evitaria o desastre". Defendeu, nesse sentido, um ensino intensivo da língua portuguesa para os negros angolanos. Mas "os superiores hierárquicos reagiram mal. O secretario provincial ficou mesmo furioso."
Assim se faz a história de Angola!!!
Adriano Vasco Rodrigues exerceu o cargo desde 1965, em Angola, de Inspector-adjunto provincial do ensino. Trabalhou também no instituto de investigação cientifica em Angola. No seu brilhante livro De Cabinda ao Namibe, memórias de Angola, publicado pela editora Palimage, na pág. 297 dizia em relação a Angola: "o sistema escolar continuou a impedir a maior parte dos jovens africanos de prosseguirem nos estudos secundários. Esses jovens marginais vieram a constituir os pioneiros, que integraram o exercito do MPLA...". Ele ainda defendeu que a língua portuguesa devia ser leccionada desde o jardim-de-infancia porque "isto evitaria o desastre". Defendeu, nesse sentido, um ensino intensivo da língua portuguesa para os negros angolanos. Mas "os superiores hierárquicos reagiram mal. O secretario provincial ficou mesmo furioso."
Assim se faz a história de Angola!!!
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Ih! Iya!
Vou continuar a falar das interjeições e hoje há uma outra palavra.
Tantas vezes utilizamos o termo «ih» no discurso. Os mais novos, sobretudo a minha geração não sabe que é um termo da Língua Umbundu, mais concretamente é uma interjeição.
As interjeições exprimem por palavras invariável, os sentimentos repentinos da alma.
Nesse sentido a palavra «ih» é admiração.
Uma outra palavra que por vezes uso é «iya!», que significa, sim e/ou aprovação
Tantas vezes utilizamos o termo «ih» no discurso. Os mais novos, sobretudo a minha geração não sabe que é um termo da Língua Umbundu, mais concretamente é uma interjeição.
As interjeições exprimem por palavras invariável, os sentimentos repentinos da alma.
Nesse sentido a palavra «ih» é admiração.
Uma outra palavra que por vezes uso é «iya!», que significa, sim e/ou aprovação
Aka!
Tantas vezes utilizamos o termo «aka» no discurso. Os mais novos, sobretudo a minha geração não sabe que é um termo da Língua Umbundu, mais concretamente é uma interjeição.
As interjeições exprimem por palavras invariáveis, os sentimentos repentinos da alma.
Nesse sentido a palavra «aka» pode significar admiração e/ou desconformidade.
As interjeições exprimem por palavras invariáveis, os sentimentos repentinos da alma.
Nesse sentido a palavra «aka» pode significar admiração e/ou desconformidade.
sábado, 20 de novembro de 2010
A Obra Católica na Huíla
A obra católica em Angola através das congregações dos Capuchinhos e Espírito Santo são de um valor inestimável para todos nós angolanos, reconhecido pelo Presidente de Angola José Eduardo dos Santos, aquando da visita do Papa Bento XVI ao país.
A actual paz que se vive no país, resulta em muito de uma doutrina católica que ao longo de séculos influenciou e moldou a nossa angolanidade.
Uma das maiores riquezas de Angola são as múltiplas etnias que a constituem, mas essa riqueza toma maior dimensão com a sã relação entre elas. Se no passado recente como no presente não assistimos a conflitos étnicos em Angola como tem acontecido em muitos países africanos, deve-se em grande medida à educação das Missões Espírito Santo, sem esquecer as missões protestantes que chegaram a Angola, São Salvador do Congo em 1878 com a Sociedade Missionária Baptista Inglesa.
Hoje podemos estudar a Língua Nhaneca, graças ao incansável trabalho em finais do século XIX, inicio do século XX dos Missionários Espírito Santo, com destaque para:
Padre Dekindt
Padre Villain
Padre Bonnefoux
Padre Afonso Maria Lang
O padre Bonnefoux escreveu um dicionário Olunyaneka – Português (1941) – edição póstuma - e ainda Breve Método da Língua Nyaneka.
O padre Villain escreveu à mão um vocabulário português-nhaneca bastante desenvolvido.
O padre Lang escreveu uma gramática da língua nhaneca, impressa em Portugal em 1906 – Ensaios de Gramática Nyaneca, «por Afonso Maria Lang, Missionário do Espirito Santo».
A actual paz que se vive no país, resulta em muito de uma doutrina católica que ao longo de séculos influenciou e moldou a nossa angolanidade.
Uma das maiores riquezas de Angola são as múltiplas etnias que a constituem, mas essa riqueza toma maior dimensão com a sã relação entre elas. Se no passado recente como no presente não assistimos a conflitos étnicos em Angola como tem acontecido em muitos países africanos, deve-se em grande medida à educação das Missões Espírito Santo, sem esquecer as missões protestantes que chegaram a Angola, São Salvador do Congo em 1878 com a Sociedade Missionária Baptista Inglesa.
Hoje podemos estudar a Língua Nhaneca, graças ao incansável trabalho em finais do século XIX, inicio do século XX dos Missionários Espírito Santo, com destaque para:
Padre Dekindt
Padre Villain
Padre Bonnefoux
Padre Afonso Maria Lang
O padre Bonnefoux escreveu um dicionário Olunyaneka – Português (1941) – edição póstuma - e ainda Breve Método da Língua Nyaneka.
O padre Villain escreveu à mão um vocabulário português-nhaneca bastante desenvolvido.
O padre Lang escreveu uma gramática da língua nhaneca, impressa em Portugal em 1906 – Ensaios de Gramática Nyaneca, «por Afonso Maria Lang, Missionário do Espirito Santo».
Aldeia na Língua Nhaneca
Na época da fundação do Lubango, a língua e a etnia predominante era a Nhaneca. Por conseguinte as aldeias não se chamavam Sanzalas (quando muito Osandyala), apesar de hoje ser um termo generalizado.
Na língua Nhaneca, aldeia podiam designar-se de: okalongo; otyilongo (o ty foneticamente lê-se como Ch ou X). É desta palavra que deriva Quilombo (as letras Qui, foneticamente lêem-se Ch ou X), o nome dado às aldeias no Brasil onde se concentravam os escravos fugidos das fazendas, onde eram explorados .
Contudo, também se designavam as aldeias de:
. Eumbo
. Osandyala (daqui o termo sanzala)
Na língua Nhaneca, aldeia podiam designar-se de: okalongo; otyilongo (o ty foneticamente lê-se como Ch ou X). É desta palavra que deriva Quilombo (as letras Qui, foneticamente lêem-se Ch ou X), o nome dado às aldeias no Brasil onde se concentravam os escravos fugidos das fazendas, onde eram explorados .
Contudo, também se designavam as aldeias de:
. Eumbo
. Osandyala (daqui o termo sanzala)
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
Constatar e não Julgar!
Quando estudamos a história de Angola devemos ter a serenidade de aceitar os factos.
O que aconteceu no tempo colonial, tem de ser analisado e contextualizado há época.
Quando se fala da descriminação, dos privilégios dos colonos da triste história dos contratados, temos de encarar tudo isto – colonos e colonizados, brancos e negros - não numa perspectiva de julgamento com base numa visão moderna porque isso é distorcer a própria história. Devemos apenas constatar os factos históricos. Por muito que custe a uns e outros, relatar, descrever a realidade do passado histórico de Angola, não é exorcizar fantasmas, mas sim evitar que eles nunca mais regressem.
Branquear a história é ocultar a verdade e isso é perigoso, porque impossibilita à humanidade de evitar erros do passado. O mundo está repleto de exemplos desses.
«Julgar o passado pelos seus aspectos negativos e encarando
prismas de acção modernos, traduz um falso pressuposto, porque nem
o passado deixa de ser motivo de reflexão, nem o presente consegue es-
conder a força histórica que agigantou um povo» *)
*) – Prof. Joaquim Veríssimo Serrão, História de Portugal, I vol.
1977, pág. 16.
O que aconteceu no tempo colonial, tem de ser analisado e contextualizado há época.
Quando se fala da descriminação, dos privilégios dos colonos da triste história dos contratados, temos de encarar tudo isto – colonos e colonizados, brancos e negros - não numa perspectiva de julgamento com base numa visão moderna porque isso é distorcer a própria história. Devemos apenas constatar os factos históricos. Por muito que custe a uns e outros, relatar, descrever a realidade do passado histórico de Angola, não é exorcizar fantasmas, mas sim evitar que eles nunca mais regressem.
Branquear a história é ocultar a verdade e isso é perigoso, porque impossibilita à humanidade de evitar erros do passado. O mundo está repleto de exemplos desses.
«Julgar o passado pelos seus aspectos negativos e encarando
prismas de acção modernos, traduz um falso pressuposto, porque nem
o passado deixa de ser motivo de reflexão, nem o presente consegue es-
conder a força histórica que agigantou um povo» *)
*) – Prof. Joaquim Veríssimo Serrão, História de Portugal, I vol.
1977, pág. 16.
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Trinta e cinco anos
Trinta e cinco anos,
São os anos de libertação
Resultantes da opressão
Viva, viva
Viva a Independência
Viva a libertação
Viva o fim da colonização
Hoje as lágrimas correm
Não de dor
Nem de tirania
Hoje elas correm de alegria
Porque hoje a minha terra é livre
Já não há contratados
Apenas empregados
Viva , Viva
A minha terra é paixão
Seus povos são beleza de expressão
Sua natureza é maravilhosamente sufocante
Esta é a minha terra
Onde para o meu coração
Onde mora a emoção
Viva, viva
ANGOLA
São os anos de libertação
Resultantes da opressão
Viva, viva
Viva a Independência
Viva a libertação
Viva o fim da colonização
Hoje as lágrimas correm
Não de dor
Nem de tirania
Hoje elas correm de alegria
Porque hoje a minha terra é livre
Já não há contratados
Apenas empregados
Viva , Viva
A minha terra é paixão
Seus povos são beleza de expressão
Sua natureza é maravilhosamente sufocante
Esta é a minha terra
Onde para o meu coração
Onde mora a emoção
Viva, viva
ANGOLA
sábado, 30 de outubro de 2010
Escravatura em Angola perdurou até aos anos sessenta do século XX (parte II)
Os representantes de Caluquembe exigiram ser recebidos pelo Governador Provincial, mas este considerou um enorme atrevimento e por isso negou-se em escuta-los.
Claro que o grupo não se deu por vencido e em contra-resposta ameaçaram ir a Luanda e falar com o Governador Geral de Angola, nesse momento o Governador Provincial recuou e deu ordem para entrar na sua sala.
Inicialmente o Governador estava muito relutante, mas quando soube do sucedido ficou muito irritado principalmente porque houve conivência de alguns chefes de posto.
Felizmente, por causa da atitude e união dos habitantes de Caluquembe os caçadores de homens nunca mais rondaram este povoado.
Importa esclarecer que este tipo de escravatura dava-se o nome pomposo de CONTRATADOS.
Nunca se deve branquear a história porque esse é o primeiro passo para no futuro se repetir os erros do passado.
Saliento que não se deve esconder a história, porque esta serve para compreender o presente e projectar o futuro, por outro lado, se nós angolanos, já conseguimos falar destes temas significa que já os ultrapassamos e por isso não há mais ressentimentos.
Só com a reconciliação com passado é possível abraçar o futuro.
Claro que o grupo não se deu por vencido e em contra-resposta ameaçaram ir a Luanda e falar com o Governador Geral de Angola, nesse momento o Governador Provincial recuou e deu ordem para entrar na sua sala.
Inicialmente o Governador estava muito relutante, mas quando soube do sucedido ficou muito irritado principalmente porque houve conivência de alguns chefes de posto.
Felizmente, por causa da atitude e união dos habitantes de Caluquembe os caçadores de homens nunca mais rondaram este povoado.
Importa esclarecer que este tipo de escravatura dava-se o nome pomposo de CONTRATADOS.
Nunca se deve branquear a história porque esse é o primeiro passo para no futuro se repetir os erros do passado.
Saliento que não se deve esconder a história, porque esta serve para compreender o presente e projectar o futuro, por outro lado, se nós angolanos, já conseguimos falar destes temas significa que já os ultrapassamos e por isso não há mais ressentimentos.
Só com a reconciliação com passado é possível abraçar o futuro.
Escravatura em Angola perdurou até aos anos sessenta do século XX
Escravatura em Angola perdurou até aos anos sessenta do século XX
Pode parecer inacreditável que ainda há pouco mais de cinquenta anos em Angola era ainda praticado a escravatura.
Uma esmagadora parte dos colonos viviam nas grandes cidades e por isso ainda hoje falam de uma Angola portuguesa (justa, igualitária, etc.) que nunca existiu!
Muitos destes colonos ainda hoje desconhecem os muitos «atropelos» que se faziam às pessoas e por isso contam a estória de Angola e não a história de Angola.
A estória dos colonos é a sua vivencia, sobretudo citadina e aí de facto a Angola portuguesa era multirracial e tolerante.
Por esse facto, por exemplo estes colonos pensam que por toda Angola portuguesa os negros tinham as mesmas condições de educação. Mas a realidade era outra, e é aí que entra a história de Angola - foram as missões católicas e protestantes que asseguraram em grande parte a educação dos negros( excepto nas cidades) e não o estado português.
Mas voltemos ao tema de hoje, à história da escravatura de Angola em pleno século XX.
Evidentemente que há cinquenta anos era um tipo de escravatura moderna e por isso os seus métodos eram mais sofisticados. Vou contar um episódio entre muitos que ocorriam no interior da Angola portuguesa.
Em 1960 na minha terra Caluquembe pela madrugada dezenas de negros foram bater à porta do mais velho em total desespero, estavam atormentados! As mulheres choravam dizendo, “querem levar os nossos maridos e os nossos filhos”. O meu avô ficou indignado com o que estava a suceder. No dia seguinte, o mais velho juntou um conjunto de pessoas e rumaram a Sá da Bandeira, actual Lubango, para denunciar aquela aberração (continua).
Pode parecer inacreditável que ainda há pouco mais de cinquenta anos em Angola era ainda praticado a escravatura.
Uma esmagadora parte dos colonos viviam nas grandes cidades e por isso ainda hoje falam de uma Angola portuguesa (justa, igualitária, etc.) que nunca existiu!
Muitos destes colonos ainda hoje desconhecem os muitos «atropelos» que se faziam às pessoas e por isso contam a estória de Angola e não a história de Angola.
A estória dos colonos é a sua vivencia, sobretudo citadina e aí de facto a Angola portuguesa era multirracial e tolerante.
Por esse facto, por exemplo estes colonos pensam que por toda Angola portuguesa os negros tinham as mesmas condições de educação. Mas a realidade era outra, e é aí que entra a história de Angola - foram as missões católicas e protestantes que asseguraram em grande parte a educação dos negros( excepto nas cidades) e não o estado português.
Mas voltemos ao tema de hoje, à história da escravatura de Angola em pleno século XX.
Evidentemente que há cinquenta anos era um tipo de escravatura moderna e por isso os seus métodos eram mais sofisticados. Vou contar um episódio entre muitos que ocorriam no interior da Angola portuguesa.
Em 1960 na minha terra Caluquembe pela madrugada dezenas de negros foram bater à porta do mais velho em total desespero, estavam atormentados! As mulheres choravam dizendo, “querem levar os nossos maridos e os nossos filhos”. O meu avô ficou indignado com o que estava a suceder. No dia seguinte, o mais velho juntou um conjunto de pessoas e rumaram a Sá da Bandeira, actual Lubango, para denunciar aquela aberração (continua).
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Os Falsos Angolanos!
Falsos Angolanos
Ser angolano não é nascer necessariamente em Angola, ser angolano é amar Angola com as suas virtudes, mas também com os seus defeitos.
Conheço muitos negros, mulatos e brancos nascidos em Angola e que por isso se consideram angolanos, que só falam maravilhas da Angola portuguesa e só falam mal da Angola de hoje a independente, a verdadeira, a genuína. Estes não são angolanos, mas portugueses nascidos em Angola.
Conheço negros, brancos e mulatos, alguns apenas viveram em Angola, outros nasceram lá mas não vivem lá. Estes falam da Angola Portuguesa com o realismo histórico, mas falam sobretudo da Angola de hoje com entusiasmo e esperança, próprio de quem ama de forma incondicional a sua terra de coração. Esses são os Angolanos, nascidos e não nascidos em Angola.
Como distinguimos uns dos outros?
É fácil, basta estarmos atentos ao discurso. Por exemplo:
Enaltecer os grandes feitos dos portugueses militares que estiveram em Angola ou dizer que não havia racismo e a prova era os filhos de muitos brancos com negras ou dizer que agora é que há exploração dos negros, ou dizer que agora é que os negros vivem mal ou dizer que no tempo deles os negros viviam melhor ou dizer que os negros tinham exactamente as mesmas oportunidades que os brancos ou ainda considerar a escravatura portuguesa como boa e menos má comparada com a de outros países. Este tipo de discurso é próprio dos portugueses nascidos em Angola
Estes portugueses não aceitam que não há escravatura boa ou menos má porque escravatura é escravatura, ponto. Também não aceitam que foram os portugueses que inventaram a escravatura transatlântica, e essa nódoa, ninguém tira aos portugueses. Por norma ignoram que a escravatura perdurou ao longo do século XX mas, com outro nome – contratados. Ignoram também que hoje os negros nas escolas públicas são maioria e no tempo colonial eram minoria. Também lhes custa aceitar o actual desenvolvimento de Angola, porque tal facto deita por terra um velho pensamento racista – sem os brancos Angola está condenada ao fracasso e à miséria.
Não é difícil identificar os falsos angolanos!
Ser angolano não é nascer necessariamente em Angola, ser angolano é amar Angola com as suas virtudes, mas também com os seus defeitos.
Conheço muitos negros, mulatos e brancos nascidos em Angola e que por isso se consideram angolanos, que só falam maravilhas da Angola portuguesa e só falam mal da Angola de hoje a independente, a verdadeira, a genuína. Estes não são angolanos, mas portugueses nascidos em Angola.
Conheço negros, brancos e mulatos, alguns apenas viveram em Angola, outros nasceram lá mas não vivem lá. Estes falam da Angola Portuguesa com o realismo histórico, mas falam sobretudo da Angola de hoje com entusiasmo e esperança, próprio de quem ama de forma incondicional a sua terra de coração. Esses são os Angolanos, nascidos e não nascidos em Angola.
Como distinguimos uns dos outros?
É fácil, basta estarmos atentos ao discurso. Por exemplo:
Enaltecer os grandes feitos dos portugueses militares que estiveram em Angola ou dizer que não havia racismo e a prova era os filhos de muitos brancos com negras ou dizer que agora é que há exploração dos negros, ou dizer que agora é que os negros vivem mal ou dizer que no tempo deles os negros viviam melhor ou dizer que os negros tinham exactamente as mesmas oportunidades que os brancos ou ainda considerar a escravatura portuguesa como boa e menos má comparada com a de outros países. Este tipo de discurso é próprio dos portugueses nascidos em Angola
Estes portugueses não aceitam que não há escravatura boa ou menos má porque escravatura é escravatura, ponto. Também não aceitam que foram os portugueses que inventaram a escravatura transatlântica, e essa nódoa, ninguém tira aos portugueses. Por norma ignoram que a escravatura perdurou ao longo do século XX mas, com outro nome – contratados. Ignoram também que hoje os negros nas escolas públicas são maioria e no tempo colonial eram minoria. Também lhes custa aceitar o actual desenvolvimento de Angola, porque tal facto deita por terra um velho pensamento racista – sem os brancos Angola está condenada ao fracasso e à miséria.
Não é difícil identificar os falsos angolanos!
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Devido à ignorância de muitos colonos
Devido à ignorância de muitos colonos, estes faziam uma distinção entre os povos do sul de Angola com os do norte. Não interessa para o caso, especificar as diferenças que muitos colonos apresentavam, porque o importante é informar correctamente e desmistificar estereótipos criados pelos colonos.
Desde já, de norte a sul de Angola dominava esmagadoramente o Povo Banto, este subdivide-se em dezenas de subétnias, que por sua vez também de se subdividem em centenas de pequenos grupos étnicos.
Por outro lado, os povos bantu de Angola se misturaram e casaram entre si, contudo, havia grupos mais fechados e por isso menos propensos a contraírem matrimónio fora do seu grupo étnico.
Por fim, o trafico de escravos e a deslocação (no século XX) forçada dos contratados paras as grandes fazendas fez com que a mistura entre os muitos grupos étnicos fosse inevitável
Por isso, há muito que não é possível um indivíduo de Angola (com excepções pontuais) dizer que é deste ou daquele grupo étnico ele é simplesmente – angolano.
No entanto foram essencialmente três grupos étnicos que no passado se destacaram e influenciaram Angola: ovimbundo, quioco e jaga.
Por exemplo o século XIX foi a idade de ouro do monopólio comercial ovimbundo, desde Benguela ao Alto-Zambeze. A cera o marfim, a giesta, os escravos e a borracha era os grandes negócios deste grupo étnico. Nesse período via-se caravanas de comerciantes ovimbundos que iam de Benguela e Catumbela até ao planalto e por isso tornaram-se mais competitivos comercialmente em relação a outros grupos étnicos e também em relação aos sertanejos portugueses.
Desde já, de norte a sul de Angola dominava esmagadoramente o Povo Banto, este subdivide-se em dezenas de subétnias, que por sua vez também de se subdividem em centenas de pequenos grupos étnicos.
Por outro lado, os povos bantu de Angola se misturaram e casaram entre si, contudo, havia grupos mais fechados e por isso menos propensos a contraírem matrimónio fora do seu grupo étnico.
Por fim, o trafico de escravos e a deslocação (no século XX) forçada dos contratados paras as grandes fazendas fez com que a mistura entre os muitos grupos étnicos fosse inevitável
Por isso, há muito que não é possível um indivíduo de Angola (com excepções pontuais) dizer que é deste ou daquele grupo étnico ele é simplesmente – angolano.
No entanto foram essencialmente três grupos étnicos que no passado se destacaram e influenciaram Angola: ovimbundo, quioco e jaga.
Por exemplo o século XIX foi a idade de ouro do monopólio comercial ovimbundo, desde Benguela ao Alto-Zambeze. A cera o marfim, a giesta, os escravos e a borracha era os grandes negócios deste grupo étnico. Nesse período via-se caravanas de comerciantes ovimbundos que iam de Benguela e Catumbela até ao planalto e por isso tornaram-se mais competitivos comercialmente em relação a outros grupos étnicos e também em relação aos sertanejos portugueses.
Democracia Popular no Reino Ovimbundo
Democracia Popular no Reino Ovimbundo
Os reis ovimbundo eram considerados divinos, contudo havia um considerável exercício de democracia popular. Por exemplo os conselheiros do rei, normalmente anciãos respeitados, não só escolhiam o sucessor, como também influenciavam toda a estrutura social do reino, nomeadamente no sucessor de um rei falecido.
Esta estrutura organizacional dos ovimbundos só foi «desmantelada» em finais do século XIX, com a consolidação da ocupação do território angolano por parte de Portugal. Assim, os Reis Ovimbundo passaram a ter apenas um «peso» simbólico. Havia cerca de 22 reinos ovimbundos.
Os ovimbundos entraram numa nova era no inicio do século XX, já que, os vários reis passaram a ser directa ou indirectamente designados pelas autoridades portuguesas.
Os reis ovimbundo eram considerados divinos, contudo havia um considerável exercício de democracia popular. Por exemplo os conselheiros do rei, normalmente anciãos respeitados, não só escolhiam o sucessor, como também influenciavam toda a estrutura social do reino, nomeadamente no sucessor de um rei falecido.
Esta estrutura organizacional dos ovimbundos só foi «desmantelada» em finais do século XIX, com a consolidação da ocupação do território angolano por parte de Portugal. Assim, os Reis Ovimbundo passaram a ter apenas um «peso» simbólico. Havia cerca de 22 reinos ovimbundos.
Os ovimbundos entraram numa nova era no inicio do século XX, já que, os vários reis passaram a ser directa ou indirectamente designados pelas autoridades portuguesas.
terça-feira, 13 de julho de 2010
ETNIA CHICORONHO
Lá de longe, vieram as minhas origens
Terra apelidada de pérola do oceano
Com bravura e coragem embarcaram
Em direcção ao desconhecido
Que sobretudo era temido
Pelas mitológicas histórias
Mesmo assim duzentas e vinte e duas almas partiram
Num Outubro, chuvoso de dor
Dor de quem partia
Desespero de quem ficava
Por uma separação que amargava
Com lágrimas de sangue
O Índia desapareceu
No horizonte do oceano atlântico
Para os que partiram
A pérola do atlântico desaparecia
Mas surgia no horizonte a conhecida jóia da coroa
Situada do outro lado do hemisfério
Hemisfério sul, onde tudo era mistério.
Novembro foi o mês
Que a nova terra os conheceu
Moçamedes, assim se chamava desde 1849
Não seria aí que o grupo ficaria
Homens, mulheres e crianças
Partiram a pé pela savana dentro
Ajudados por carros bóeres
E nada mais
Escalaram ao sol
Com a dor da saudade dos entes queridos
Que ficaram para trás sofridos
Na véspera de natal chegaram ao seu destino
Em condições de facilmente perder o tino
Porque suas moradas mais não eram que barracões
Que lhes fez doer os corações
A promessa foi uma
A realidade foi outra
Não desanimaram
Porque àquela terra amaram
Em poucos anos
Chegaram mais conterrâneos
Juntos tomaram aquela terra como sua
Muitos enrolaram-se e juntaram-se com os muílas
Mal amados pelo omuputu
Estimados pelos muilas
O Omuputu tratava-o por colono
Por não terem direito ao seu nome
O muila apelidou de chicolonio
De tribo branca também foram chamados no Puto
Venceram os desafios
Porque na Huíla não estavam sozinhos
Os muilas foram seus amigos
E com eles surgiu a nova etnia
A mais recente de África - CHICORONHO
Terra apelidada de pérola do oceano
Com bravura e coragem embarcaram
Em direcção ao desconhecido
Que sobretudo era temido
Pelas mitológicas histórias
Mesmo assim duzentas e vinte e duas almas partiram
Num Outubro, chuvoso de dor
Dor de quem partia
Desespero de quem ficava
Por uma separação que amargava
Com lágrimas de sangue
O Índia desapareceu
No horizonte do oceano atlântico
Para os que partiram
A pérola do atlântico desaparecia
Mas surgia no horizonte a conhecida jóia da coroa
Situada do outro lado do hemisfério
Hemisfério sul, onde tudo era mistério.
Novembro foi o mês
Que a nova terra os conheceu
Moçamedes, assim se chamava desde 1849
Não seria aí que o grupo ficaria
Homens, mulheres e crianças
Partiram a pé pela savana dentro
Ajudados por carros bóeres
E nada mais
Escalaram ao sol
Com a dor da saudade dos entes queridos
Que ficaram para trás sofridos
Na véspera de natal chegaram ao seu destino
Em condições de facilmente perder o tino
Porque suas moradas mais não eram que barracões
Que lhes fez doer os corações
A promessa foi uma
A realidade foi outra
Não desanimaram
Porque àquela terra amaram
Em poucos anos
Chegaram mais conterrâneos
Juntos tomaram aquela terra como sua
Muitos enrolaram-se e juntaram-se com os muílas
Mal amados pelo omuputu
Estimados pelos muilas
O Omuputu tratava-o por colono
Por não terem direito ao seu nome
O muila apelidou de chicolonio
De tribo branca também foram chamados no Puto
Venceram os desafios
Porque na Huíla não estavam sozinhos
Os muilas foram seus amigos
E com eles surgiu a nova etnia
A mais recente de África - CHICORONHO
terça-feira, 6 de julho de 2010
Quilengues está em festa.
O município de Quilengues dista cerca de 142 quilómetros a norte da cidade de Lubango e completa 140 anos desde a sua fundação, a 1 de Julho de 1870.
quinta-feira, 1 de julho de 2010
Ao longo do século XVI, inúmeras vagas de povos irromperam por Angola.
Ao longo do século XVI, inúmeras vagas de povos irromperam por Angola.
O Reino do Cassanje, composto pelos imbangala tiveram origem no Catanga, assaltaram o Ndongo após 1540 e alcançaram Luanda antes de 1576. Por volta do ano 1700 os Imbangala estabeleceram-se no vale do Cuango, onde se tornaram intermediários tenazes no comércio entre Lunda e os Portugueses na costa angolana.
O Reino de Cassanje conseguiu impor-se à penetração e domínio português até 1911-13, ano que foram subjugados militarmente pelos portugueses.
Da zona do Catanga vieram os povos jaga, que invadiram Angola na década de 1560. Estes eram nómadas, canibais e cruéis, os povos Jaga atacaram o Reino do Congo e do Ndongo e infiltraram-se em várias secções de Angola Central e Oriental.
Segundo Pélissier & Vheeler certos costumes jaga subsistem entre os ovimbundo e certos povos do planalto.
O já mencionados povos da Lunda foram atacados por volta de 1880 pelo povo rival – Quioco – que eram organizados e agressivos. Por volta de 1900 tinham destruído o reino da Lunda.
Os quiocos era uma sociedade largamente matriarcal.
A través da guerra, do comércio, do casamento e de alianças, os quioco implementaram a sua cultura em diversos povos do nordeste e do leste de Angola.
No entanto, os comerciantes mais bem sucedidos do interior de Angola foram os povos ovimbundo. Estes povos ovimbundo deslocaram-se para Angola em grandes vagas entre 1500 e 1700. A unificação dos povos ovimbundo só ocorreu por volta do século XVII, na qual se constituíram cerca de 22 reinos.
O Reino do Cassanje, composto pelos imbangala tiveram origem no Catanga, assaltaram o Ndongo após 1540 e alcançaram Luanda antes de 1576. Por volta do ano 1700 os Imbangala estabeleceram-se no vale do Cuango, onde se tornaram intermediários tenazes no comércio entre Lunda e os Portugueses na costa angolana.
O Reino de Cassanje conseguiu impor-se à penetração e domínio português até 1911-13, ano que foram subjugados militarmente pelos portugueses.
Da zona do Catanga vieram os povos jaga, que invadiram Angola na década de 1560. Estes eram nómadas, canibais e cruéis, os povos Jaga atacaram o Reino do Congo e do Ndongo e infiltraram-se em várias secções de Angola Central e Oriental.
Segundo Pélissier & Vheeler certos costumes jaga subsistem entre os ovimbundo e certos povos do planalto.
O já mencionados povos da Lunda foram atacados por volta de 1880 pelo povo rival – Quioco – que eram organizados e agressivos. Por volta de 1900 tinham destruído o reino da Lunda.
Os quiocos era uma sociedade largamente matriarcal.
A través da guerra, do comércio, do casamento e de alianças, os quioco implementaram a sua cultura em diversos povos do nordeste e do leste de Angola.
No entanto, os comerciantes mais bem sucedidos do interior de Angola foram os povos ovimbundo. Estes povos ovimbundo deslocaram-se para Angola em grandes vagas entre 1500 e 1700. A unificação dos povos ovimbundo só ocorreu por volta do século XVII, na qual se constituíram cerca de 22 reinos.
Entre os anos 1300 e 1600 devido à diasporá dos Bantu estes invadiram e influenciaram para sempre Angola.
O conceituado arqueólogo e antropólogo J. Desmond Clark fez trabalho de campo no nordeste de Angola e não ficou inteiramente convencido que os Mucancalas tivessem sido os primeiros habitantes de Angola.
Contudo o mesmo não se pode dizer quem visitar o sudoeste de Angola. As cavernas existentes na Província do Namibe encontram-se pinturas dos Mucancalas.
O certo é que a etnia Bantu partindo de áreas nucleares do leste da Nigéria e , mais tarde da África Central migraram para sul por volta de 1200 anos d.C.
Entre os anos 1300 e 1600 devido á disporá dos Bantu estes invadiram e influenciaram para sempre Angola.
O Reino do Congo localizado a sul do rio com o mesmo nome, com a sua capital em Mbanza-Congo, talvez tenha sido na actual Angola o primeiro a definir a sua civilização e a alcançar uma unidade de grupo hierarquizada. ´
Os domínios dos reis do Congo foram divididos em seis províncias.
Uma descrição do século XVI (Pélissier &Vheeler) dizia que:
O Mani Congo vivia num palácio sumptuoso com inúmeros servos e escravos e que gostava de musica tocada por tamborileiros e homens com trompetes de marfim. O poder o Rei do Congo assentava na posse de escravos, de um exercito, de panos tecidos e conchas nzimbu. O Reino do Congo chegou a controlar cerca de um oitavo do actual território de Angola.
Contudo o mesmo não se pode dizer quem visitar o sudoeste de Angola. As cavernas existentes na Província do Namibe encontram-se pinturas dos Mucancalas.
O certo é que a etnia Bantu partindo de áreas nucleares do leste da Nigéria e , mais tarde da África Central migraram para sul por volta de 1200 anos d.C.
Entre os anos 1300 e 1600 devido á disporá dos Bantu estes invadiram e influenciaram para sempre Angola.
O Reino do Congo localizado a sul do rio com o mesmo nome, com a sua capital em Mbanza-Congo, talvez tenha sido na actual Angola o primeiro a definir a sua civilização e a alcançar uma unidade de grupo hierarquizada. ´
Os domínios dos reis do Congo foram divididos em seis províncias.
Uma descrição do século XVI (Pélissier &Vheeler) dizia que:
O Mani Congo vivia num palácio sumptuoso com inúmeros servos e escravos e que gostava de musica tocada por tamborileiros e homens com trompetes de marfim. O poder o Rei do Congo assentava na posse de escravos, de um exercito, de panos tecidos e conchas nzimbu. O Reino do Congo chegou a controlar cerca de um oitavo do actual território de Angola.
sábado, 5 de junho de 2010
Povos de Angola
O território de Angola sofreu várias invasões.
Os povos actuais (etnias de origem banto e europeia) que vivem em Angola não são originários deste território.
Boa parte de Angola era ocupada pelas etnias pré-bantus e etnias não-bantus como é o caso dos Koi-Koi e dos San.
Entre os anos 1300 e 1400, Angola foi invadida pela etnia bantu. Os povos bantu, habitam actualmente um terço do continente africano e desde sempre demonstraram um forte capacidade de expansão demográfica.
Cerca de 180 anos depois Angola tem novos invasores – portugueses – em 1482 com a chegada de Diogo Cão.
Diogo Cão descobriu para os europeus o rio Congo e entrou em contacto com Reino do Congo.
Este descobridor português regressou a Portugal em 1484 e levou consigo quatro pessoas do grupo étnico bancongo a quem desejava ensinar a língua Portuguesa.
Portugal era muito idêntico ao Reino do Congo, já que, era um Estado muito recente, tinha cerca 300 anos. O Reino do Congo teria talvez metade da idade de Portugal.
O Reino do Congo foi fundado no século XIV. Os Reis do Congo Tornaram-se reis absolutos e seus domínios acabaram por ser divididos em seis províncias. O poder o Rei baseava-se essencialmente na posse de escravos, de um exercito, de panos de tecido pelos bancongo e em conchas de nzimbu encontradas ao longo das margens da ilha de Luanda e noutros locais
Os povos actuais (etnias de origem banto e europeia) que vivem em Angola não são originários deste território.
Boa parte de Angola era ocupada pelas etnias pré-bantus e etnias não-bantus como é o caso dos Koi-Koi e dos San.
Entre os anos 1300 e 1400, Angola foi invadida pela etnia bantu. Os povos bantu, habitam actualmente um terço do continente africano e desde sempre demonstraram um forte capacidade de expansão demográfica.
Cerca de 180 anos depois Angola tem novos invasores – portugueses – em 1482 com a chegada de Diogo Cão.
Diogo Cão descobriu para os europeus o rio Congo e entrou em contacto com Reino do Congo.
Este descobridor português regressou a Portugal em 1484 e levou consigo quatro pessoas do grupo étnico bancongo a quem desejava ensinar a língua Portuguesa.
Portugal era muito idêntico ao Reino do Congo, já que, era um Estado muito recente, tinha cerca 300 anos. O Reino do Congo teria talvez metade da idade de Portugal.
O Reino do Congo foi fundado no século XIV. Os Reis do Congo Tornaram-se reis absolutos e seus domínios acabaram por ser divididos em seis províncias. O poder o Rei baseava-se essencialmente na posse de escravos, de um exercito, de panos de tecido pelos bancongo e em conchas de nzimbu encontradas ao longo das margens da ilha de Luanda e noutros locais
terça-feira, 1 de junho de 2010
31 de Maio de 1923, Lubango é cidade
Foi no dia 31 de Maio de 1923, que Norton de Matos elevou Lubango a Cidade.
Norton de Matos, foi dos poucos militares portugueses que reconhecia e defendia uma maior autonomia de Angola.
Assim, Lubango comemora este ano 87 anos de elevação a cidade.
Norton de Matos, foi dos poucos militares portugueses que reconhecia e defendia uma maior autonomia de Angola.
Assim, Lubango comemora este ano 87 anos de elevação a cidade.
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Estimados membros do Reino Chicoronho, ao ver o Blog http://sandularte.blogspot.com/, da autoria da Pilico, fiquei muito emocionado com os vários filme de Angola que ela lá colocou. Os filmes retratam a regresso de uma filha da terra de Kalukembe, trinta anos depois.
Num dos filmes está uma música cantada por Carlos Paião que é verdadeiramente o retrato de todos aqueles que partiram de Angola e nunca mais voltaram.
É para mim a música mais fiel na transmissão dos sentimentos de milhares de angolanos ainda na diáspora obrigados a viver longe da sua terra.
Muitos desses angolanos acabaram por morrer, a maioria por desgosto da distância, outros por doenças onde a angustia resultante da saudade da terra deu o empurrão para o vale da morte.
Deixo aqui a letra da musica em homenagem a todos aqueles que morreram sem terem tido a oportunidade de voltar à sua terra, que cantada por Carlos Paião toma uma dimensão de tal grandeza de dor que só um angolano a sentirá como eu a senti. Porque conhecer esta saudade é morrer.
Senhora da minha fé
Sabes como é
Ter recordações
Quantas vezes te chamei
Quantas te rezei
Minhas orações
Quero ver a minha terra Senhora
Para ver a minha gente sonhar
Senhora da minha luz
Que me conduz
Onde posso ir
Cada dia aqui me tens
Cada dia vem
Quero ver a minha terra Senhora
Para ver a minha gente sorrir
É bonita a minha terra
E agora, ai agora
Esconder esta saudade é mentir
E lá longe, lá longe Senhora
Há pessoas que quero abraçar
De tão longe viemos embora
E dói muito partir sem voltar
Ai, Ai, Ai
Senhora da minha Esperança
Que não se cansa de me dizer
Que sonhar só tem valor
Onde há amor
Para se viver
Quero ver a minha terra Senhora
Para ver a minha gente crescer
É bonita a minha terra
E agora, ai agora
Conhecer esta saudade é morrer
E lá longe, lá longe Senhora
Há pessoas que eu quero abraçar
De tão longe viemos embora
E dói muito partir sem voltar
Lá longe, lá longe Senhora…..
Num dos filmes está uma música cantada por Carlos Paião que é verdadeiramente o retrato de todos aqueles que partiram de Angola e nunca mais voltaram.
É para mim a música mais fiel na transmissão dos sentimentos de milhares de angolanos ainda na diáspora obrigados a viver longe da sua terra.
Muitos desses angolanos acabaram por morrer, a maioria por desgosto da distância, outros por doenças onde a angustia resultante da saudade da terra deu o empurrão para o vale da morte.
Deixo aqui a letra da musica em homenagem a todos aqueles que morreram sem terem tido a oportunidade de voltar à sua terra, que cantada por Carlos Paião toma uma dimensão de tal grandeza de dor que só um angolano a sentirá como eu a senti. Porque conhecer esta saudade é morrer.
Lá longe, lá longe Senhora
Senhora da minha fé
Sabes como é
Ter recordações
Quantas vezes te chamei
Quantas te rezei
Minhas orações
Quero ver a minha terra Senhora
Para ver a minha gente sonhar
Senhora da minha luz
Que me conduz
Onde posso ir
Cada dia aqui me tens
Cada dia vem
Quero ver a minha terra Senhora
Para ver a minha gente sorrir
É bonita a minha terra
E agora, ai agora
Esconder esta saudade é mentir
E lá longe, lá longe Senhora
Há pessoas que quero abraçar
De tão longe viemos embora
E dói muito partir sem voltar
Ai, Ai, Ai
Senhora da minha Esperança
Que não se cansa de me dizer
Que sonhar só tem valor
Onde há amor
Para se viver
Quero ver a minha terra Senhora
Para ver a minha gente crescer
É bonita a minha terra
E agora, ai agora
Conhecer esta saudade é morrer
E lá longe, lá longe Senhora
Há pessoas que eu quero abraçar
De tão longe viemos embora
E dói muito partir sem voltar
Lá longe, lá longe Senhora…..
sexta-feira, 30 de abril de 2010
Angola não muda de um dia para o outro!
Angola tem maravilhado o mundo com seu elevado crescimento económico, com uma paz militar consolidada. Quem visita a capital Luanda, verifica que a cada mês que passa ela muda, já que, surge mais o prédio, mais uma urbanização, mais um viaduto ou mais uma estrada. Mas a mudança de Angola não se faz só com betão, ela também está a acompanhar a evolução tecnológica, com os cabos de fibra óptica, com o projecto do satélite angolano, com o crescimento de grupos empresariais na comunicação social, com uma rede bancária de «última geração» e de meter inveja aos seus vizinhos. Mas, Angola também é crescimento social, nomeadamente com construção de centenas de escolas, com o surgimento de universidades e clínicas ou hospitais. Inclusive em Angola também moderniza a sua administração pública, o melhor exemplo foi a criação do GUE (Guichet Único da Empresa), serviço que permite constituir, alterar ou extinguir negócios em menos de 24 horas. Uma Angola que nem a crise financeira mundial iniciada em 2008 e que se prolonga até aos dias de hoje, a impediu de estar «sempre a subir»!
É esta a Angola que temos agora. Claro que persistem ainda graves problemas de pobreza, analfabetismo e desigualdades. Mas, um país com o passado de Angola não se muda de um dia para o outro.
É esta a Angola que temos agora. Claro que persistem ainda graves problemas de pobreza, analfabetismo e desigualdades. Mas, um país com o passado de Angola não se muda de um dia para o outro.
Angola Surge das Cinzas
Um professor da Sorbona, P. Artus e M. Virarad, alertam (2010, p. 21) “A nossa convicção é que o tempo das vacas gordas acabou. Com a baixa taxas de juros e, de certa maneira, com a baixa dos preços ao consumidor ocidental. Que uma nova era da globalização começou”.
A «guerra» pelas matérias-primas, já começou e mais do que nunca vão ser a salvação de várias nações que estão num forte processo de industrialização.
Os continentes disputados serão o Continente Africano e a América do Sul. Estas duas grandes regiões são o futuro dos recursos naturais mundiais. Por esse facto os BRIC, estão de «malas e bagagem» em direcção ao continente africano.
Talvez seja por isso, que os economistas do Standard Bank afirmam que, em 2030, perto de 50% do comércio africano será feito com os BRIC (Jornal Expansão, p.39)
África é uma presa muito mais fácil que a América Latina, onde a maioria dos estados, facilmente são corrompidos e por isso já está a ser «devorada» pelos velhos predadores, mas também pelos novos.
É neste mundo intrincado, complexo e de mudanças profundas que Angola ressurge das «cinzas»!
A «guerra» pelas matérias-primas, já começou e mais do que nunca vão ser a salvação de várias nações que estão num forte processo de industrialização.
Os continentes disputados serão o Continente Africano e a América do Sul. Estas duas grandes regiões são o futuro dos recursos naturais mundiais. Por esse facto os BRIC, estão de «malas e bagagem» em direcção ao continente africano.
Talvez seja por isso, que os economistas do Standard Bank afirmam que, em 2030, perto de 50% do comércio africano será feito com os BRIC (Jornal Expansão, p.39)
África é uma presa muito mais fácil que a América Latina, onde a maioria dos estados, facilmente são corrompidos e por isso já está a ser «devorada» pelos velhos predadores, mas também pelos novos.
É neste mundo intrincado, complexo e de mudanças profundas que Angola ressurge das «cinzas»!
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Ontem dia 29 de Abril, o autor Jorge Kalukembe esteve na Escola de Armação de Pêra, a convite dos professores, Luís e Sónia, para falar do livro CHICORONHO, sobretudo da festa Efiko.
Foi um evento que correu muito bem e foi muito bem organizado.
Assim se vai espalhando a história da etnia CHICORONHO, a mais recente de África.
http://cultura.fnac.pt/Agenda/fnac-lisboa/fnac-almada/2010/4/2/chicoronho
Foi um evento que correu muito bem e foi muito bem organizado.
Assim se vai espalhando a história da etnia CHICORONHO, a mais recente de África.
http://cultura.fnac.pt/Agenda/fnac-lisboa/fnac-almada/2010/4/2/chicoronho
terça-feira, 27 de abril de 2010
CHICORONHO nas escolas do Algarve
No dia 19 de Abril, o autor Jorge Kalukembe, esteve na Escola de Algoz para falar do livro Chicoronho. A rapaziada do 9º ano considerou muito interessante a festa da Efiko, a festa da puberdade feminina.
No dia 28 do mesmo mês, o autor estará na Escola de Armação de Pêra pelas 14h.15m , para apresentar também o romance histórico Chicoronho.
É assim, desta forma que a origem da Etnia mais recente de Angola vai sendo divulgada por terras lusas.
Seria bom fazer o mesmo na lha da Madeira, pois a origem do Chicoronho vem dessa pérola do atlântico.
A apresentação em Angola talvez seja ainda no final deste ano.
No dia 28 do mesmo mês, o autor estará na Escola de Armação de Pêra pelas 14h.15m , para apresentar também o romance histórico Chicoronho.
É assim, desta forma que a origem da Etnia mais recente de Angola vai sendo divulgada por terras lusas.
Seria bom fazer o mesmo na lha da Madeira, pois a origem do Chicoronho vem dessa pérola do atlântico.
A apresentação em Angola talvez seja ainda no final deste ano.
terça-feira, 20 de abril de 2010
Apresentação CHICORONHO FNAC Almada
No passado dia 17 de Abril de 2010, esteve o estimado amigo e distinto Valério Guerra, presidente da ANANG, com a ilustre investigadora do Centro de Estudos Africanos, Dra. Cristina Rodrigues, a apresentar o livro CHICORONHO do autor Jorge Kalukembe (também presente).
Quer o Valério, quer a Cristina foram sublimes nas suas intervenções e opiniões sobre o romance histórico CHICORONHO. A eles, o meu muito obrigado.
Estiveram presentes a grande família angolana e sobretudo a grande família chicoronho que foram verdadeiramente encantadores para com o autor Jorge Kalukembe.
Ficou também patente que os presentes têm um grande interesse em conhecer melhor a história de Angola nomeadamente da Província da Huíla e principalmente a história dos seus antepassados.
Foi um momento de grande confraternização, característico da família angolana, sempre alegre como é habitual.
A todos um bem-haja!!
Quer o Valério, quer a Cristina foram sublimes nas suas intervenções e opiniões sobre o romance histórico CHICORONHO. A eles, o meu muito obrigado.
Estiveram presentes a grande família angolana e sobretudo a grande família chicoronho que foram verdadeiramente encantadores para com o autor Jorge Kalukembe.
Ficou também patente que os presentes têm um grande interesse em conhecer melhor a história de Angola nomeadamente da Província da Huíla e principalmente a história dos seus antepassados.
Foi um momento de grande confraternização, característico da família angolana, sempre alegre como é habitual.
A todos um bem-haja!!
segunda-feira, 1 de março de 2010
Carinho dos Leitores
Continuo a receber um enorme carinho de muitos angolanos e portugueses por causa do romance histórico CHICORONHO.
Uma das opiniões mais evidentes prende-se com o facto de eu ter introduzido uma visão angolana sobre um tema que sempre fora escrito numa perspectiva portuguesa. Talvez tenham razão, mas também considero que não podia ter escrito de outra forma.
Se eu sou um chicoronho, significa que sou a quinta geração nascida em terras de Muilas e portanto é para mim um acto normal escrever sobre a minha terra com uma visão huilana.
Curiosamente, os meu leitores consideraram também extremamente importante e muito pertinente as dezenas das palavras da língua Nhaneca «plantadas» ao longo do romance, sendo esse facto um traço incontornável da angolanidade do autor.
Por fim partilho convosco uma mensagem que recebi hoje da minha mãe que a escreveu quando recordava Angola:
Caminhava por uma picada
Quando encontrei flores
Todas libertavam um perfume maravilhoso
Então caminhei no meio delas onde encontrei a felicidade.
Uma das opiniões mais evidentes prende-se com o facto de eu ter introduzido uma visão angolana sobre um tema que sempre fora escrito numa perspectiva portuguesa. Talvez tenham razão, mas também considero que não podia ter escrito de outra forma.
Se eu sou um chicoronho, significa que sou a quinta geração nascida em terras de Muilas e portanto é para mim um acto normal escrever sobre a minha terra com uma visão huilana.
Curiosamente, os meu leitores consideraram também extremamente importante e muito pertinente as dezenas das palavras da língua Nhaneca «plantadas» ao longo do romance, sendo esse facto um traço incontornável da angolanidade do autor.
Por fim partilho convosco uma mensagem que recebi hoje da minha mãe que a escreveu quando recordava Angola:
Caminhava por uma picada
Quando encontrei flores
Todas libertavam um perfume maravilhoso
Então caminhei no meio delas onde encontrei a felicidade.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
A história trágica da Madeira descrita no livro CHICORONHO repete-se no dia 20 de fevereiro de 2010
Livro Chicoronho, pag.19 e 20.
- Já viu mãezinha, choveu a noite toda e agora parece que ela está a ganhar força! – Falou João em tom apreensivo, entretanto surgiu sua irmã Maria que tinha acabado de acordar com a chuva intensa que batia na janela.
- Bem, hoje parece que está a cair o céu em cima de nós! Ainda bem que estás aqui perto de nós mano João! – desabafou Maria, aliviada de ter ali o seu irmão.
A cada minuto que passava, a chuva caía como nunca se tinha visto, parecia um autêntico dilúvio, o pior é que os solos estavam a ficar totalmente saturados, por causa da chuva ininterrupta da noite anterior.
Das vertentes abruptas a agua que caia em forma de cascata, rapidamente se tinha transformado em rios que arrastavam consigo pedras cada vez maiores.
De repente:
OOOOOOOORRRRRRRRBUUMMMM
- Mãããeeeeeee, segura-te!! - gritava desesperada Maria.
Parte da casa, tinha acabado de ruir, e uma corrente de água fortíssima agora ocupava o que dantes era a cozinha.
Dona Bettencourt é arrastada pelas águas, mas fica presa entre uma grande rocha e a parede da casa.
João grita para Maria:
- Afasta-te Maria, foge para o outro lado da casa! Mãe aguenta que eu vou-te buscar! – grita João que atira-se à água.
Contudo, a energia da água era verdadeiramente assustadora e demasiado forte, para uma senhora idosa como era a mãe de João.
- A água está com muita força! - gritava Dona Bettencourt, já desesperada com a água a dar-lhe pelo pescoço. Ambos tinham de fazer muita força para aguentar aquela intensa correnteza - Salva-te tu, meu filho!
- Calma mãe, estou quase a segurar-te! Estica agora o braço, vamos, rápido mãe!
Repentinamente a rocha que tinha impedido Dona Bettencourt de ser arrastada pelo rio de lama, desloca-se e ela é levada brutalmente pela corrente.______________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
Acabei de transcrever, do livro CHICORONHO um dos episódios mais difíceis que os madeirenses no dia 9 de Outubro de 1803viveram, mas infelizmente a história repete-se no dia 20 de Fevereiro de 2010, a Ilha da Madeira e os madeirenses voltaram a viver um dilúvio catastrófico, descrito no meu livro que até ao dia de hoje já foram contados 42 vítimas mortais, com mais de uma centena de feridos, duas centenas de desalojados e um número indeterminado de desaparecidos.
Estou certo que todos os angolanos e especialmente os CHICORONHOS, estão solidários com povo madeirense neste momento tão difícil, terra e povo que se cruzou para sempre com Angola, principalmente com o Sudoeste de Angola.
- Já viu mãezinha, choveu a noite toda e agora parece que ela está a ganhar força! – Falou João em tom apreensivo, entretanto surgiu sua irmã Maria que tinha acabado de acordar com a chuva intensa que batia na janela.
- Bem, hoje parece que está a cair o céu em cima de nós! Ainda bem que estás aqui perto de nós mano João! – desabafou Maria, aliviada de ter ali o seu irmão.
A cada minuto que passava, a chuva caía como nunca se tinha visto, parecia um autêntico dilúvio, o pior é que os solos estavam a ficar totalmente saturados, por causa da chuva ininterrupta da noite anterior.
Das vertentes abruptas a agua que caia em forma de cascata, rapidamente se tinha transformado em rios que arrastavam consigo pedras cada vez maiores.
De repente:
OOOOOOOORRRRRRRRBUUMMMM
- Mãããeeeeeee, segura-te!! - gritava desesperada Maria.
Parte da casa, tinha acabado de ruir, e uma corrente de água fortíssima agora ocupava o que dantes era a cozinha.
Dona Bettencourt é arrastada pelas águas, mas fica presa entre uma grande rocha e a parede da casa.
João grita para Maria:
- Afasta-te Maria, foge para o outro lado da casa! Mãe aguenta que eu vou-te buscar! – grita João que atira-se à água.
Contudo, a energia da água era verdadeiramente assustadora e demasiado forte, para uma senhora idosa como era a mãe de João.
- A água está com muita força! - gritava Dona Bettencourt, já desesperada com a água a dar-lhe pelo pescoço. Ambos tinham de fazer muita força para aguentar aquela intensa correnteza - Salva-te tu, meu filho!
- Calma mãe, estou quase a segurar-te! Estica agora o braço, vamos, rápido mãe!
Repentinamente a rocha que tinha impedido Dona Bettencourt de ser arrastada pelo rio de lama, desloca-se e ela é levada brutalmente pela corrente.______________________________________________________________________________________________________
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Acabei de transcrever, do livro CHICORONHO um dos episódios mais difíceis que os madeirenses no dia 9 de Outubro de 1803viveram, mas infelizmente a história repete-se no dia 20 de Fevereiro de 2010, a Ilha da Madeira e os madeirenses voltaram a viver um dilúvio catastrófico, descrito no meu livro que até ao dia de hoje já foram contados 42 vítimas mortais, com mais de uma centena de feridos, duas centenas de desalojados e um número indeterminado de desaparecidos.
Estou certo que todos os angolanos e especialmente os CHICORONHOS, estão solidários com povo madeirense neste momento tão difícil, terra e povo que se cruzou para sempre com Angola, principalmente com o Sudoeste de Angola.
domingo, 21 de fevereiro de 2010
Eu sou dono do meu destino, eu sou o capitão da minha alma.
Eu sou dono do meu destino, eu sou o capitão da minha alma.
Esta é a frase que acompanha o filme Invictus, baseado numa história real que, ao contrário do que se pensa, não é sobre rugby, mas sobre a liderança de um homem que chegou ao poder na hora certa, no lugar certo.
Acabei de ver o filme e não pude ficar indiferente, com a certeza de que se o meu país tivesse tido um líder como o homem retratado no filme Invictus, hoje estaria a escrever este blog, talvez no povoado da Huíla, terra que viu nascer os meus antepassados, ou em Kalukembe, terra que me viu nascer.
O homem reflectido neste filme existiu e não se deixou influenciar por pensamentos e ideologias longínquas e contranatura à alma africana.
A frase suprareferida é um dos pensamentos dos muitos, sabiamente transmitidos pelo homem que evitou uma guerra étnica e uma guerra rácica no seu país, conseguindo contrabalançar a vingança dos negros e a debandada dos brancos temerosos!
Invictus é um filme que aconselho a todos, sem excepção. Se muitas vezes perdemos tempo com actividades inúteis, acreditem que desta vez será ganhar tempo, ou melhor, ganhar sabedoria de como se pode liderar, sem apelos a sentimentos de vingança, de ódios rácicos ou étnicos.
Como se visiona no filme (e como aconteceu na realidade), após a eleição do mencionado homem como presidente do seu país, no seu primeiro dia de trabalho, ele deslocou-se ao “seu” Palácio Presidencial e reparou à medida que caminhava pelas dezenas de gabinetes, que os brancos estavam todos a arrumar os seus objectos pessoais e profissionais. Os brancos estavam certos que seriam expulsos das suas funções, bem como do seu país.
Os pensamentos dos brancos tinham razão de existir, já que, foram eles que criaram em 1948 o sistema mais rácico que algum país de África viveu. A esse sistema designaram de APARTHEID – palavra Apartheid é uma palavra do africânder e significa “separação" – sistema adoptado legalmente para designar um regime segundo o qual, os brancos detinham o poder e os povos restantes eram obrigados a viver separados dos brancos, de acordo com regras que os impediam de ser verdadeiros cidadãos. Foi este regime que prendeu no passado, o homem que acabara de ser eleito em 1994 presidente do seu país. Decorria o mês de Agosto de 1962, quando teve a primeira sentença de 5 anos de prisão por viajar ilegalmente para o exterior e incentivar greves, tendo sido a mesma agravada para prisão perpétua em 2 de Junho de 1967. Só foi libertado no dia 11 de Fevereiro de 1990.
Por outro lado, os brancos africanos assistiram às independências dos seus países vizinhos, nos quais, eclodiram guerra civis fratricidas que duraram dezenas de anos e onde os brancos foram estrategicamente “assustados” , renegados e “expulsos” da terra que os viu nascer.
Assim, a estes brancos da África do Sul, de acordo com o regime que criaram e de acordo com a história dos povos vizinhos, só lhes restava uma possível guerra civil e/ou uma fuga para fora do seu país.
Por isso os brancos que trabalhavam no Palácio Presidencial estavam de «mala e kuia», prontos para serem expulsos das suas funções.
Quando o mencionado Presidente chega ao seu gabinete, chama a sua secretária e pede-lhe para convocar de imediato uma reunião com todos os funcionários.
Os brancos pensaram «quer-nos dizer pessoalmente que estamos despedidos, para mostrar que agora são eles (os negros) que mandam».
O Presidente entrou na sala repleta de funcionários (os negros presentes eram todos novos nas sua funções), a maioria era de cor branca. A ansiedade era elevada.
O discurso do Presidente simplesmente deixou sem palavras, brancos e negros, porque ele acreditou e defendeu que o seu país só poderia ter futuro com a contribuição de todos, sem excepção e pediu aos brancos que quisessem acompanhá-lo na árdua tarefa de unir e desenvolver o país, para integrar a sua equipa presidencial. Esta foi a sua primeira medida de muitas, que veio a tomar.
A superioridade deste Presidente africano contrastou em absoluto, com a maioria de todos os outros. Ele evitou uma guerra civil, ele evitou a «debandada» dos quadros do seu país e com isso, evitou o abrupto empobrecimento da Nação e a deflagração da miséria generalizada. E sobretudo, permitiu que os filhos da terra pudessem continuar a viver na sua terra, a única que conheceram como sua!
Se todos os países africanos fossem abençoados com um presidente deste nível intelectual e espírito humanista como foi a Nação da África do Sul, hoje o continente africano seria tudo o que não é hoje.
Por isto e muito mais, não percam o filme produzido por Clint Eastwood que, de forma sublime, homenageia um dos seres humanos mais maravilhoso que o século XX e XXI conheceu e conhece – Nelson Mandela.
Esta é a frase que acompanha o filme Invictus, baseado numa história real que, ao contrário do que se pensa, não é sobre rugby, mas sobre a liderança de um homem que chegou ao poder na hora certa, no lugar certo.
Acabei de ver o filme e não pude ficar indiferente, com a certeza de que se o meu país tivesse tido um líder como o homem retratado no filme Invictus, hoje estaria a escrever este blog, talvez no povoado da Huíla, terra que viu nascer os meus antepassados, ou em Kalukembe, terra que me viu nascer.
O homem reflectido neste filme existiu e não se deixou influenciar por pensamentos e ideologias longínquas e contranatura à alma africana.
A frase suprareferida é um dos pensamentos dos muitos, sabiamente transmitidos pelo homem que evitou uma guerra étnica e uma guerra rácica no seu país, conseguindo contrabalançar a vingança dos negros e a debandada dos brancos temerosos!
Invictus é um filme que aconselho a todos, sem excepção. Se muitas vezes perdemos tempo com actividades inúteis, acreditem que desta vez será ganhar tempo, ou melhor, ganhar sabedoria de como se pode liderar, sem apelos a sentimentos de vingança, de ódios rácicos ou étnicos.
Como se visiona no filme (e como aconteceu na realidade), após a eleição do mencionado homem como presidente do seu país, no seu primeiro dia de trabalho, ele deslocou-se ao “seu” Palácio Presidencial e reparou à medida que caminhava pelas dezenas de gabinetes, que os brancos estavam todos a arrumar os seus objectos pessoais e profissionais. Os brancos estavam certos que seriam expulsos das suas funções, bem como do seu país.
Os pensamentos dos brancos tinham razão de existir, já que, foram eles que criaram em 1948 o sistema mais rácico que algum país de África viveu. A esse sistema designaram de APARTHEID – palavra Apartheid é uma palavra do africânder e significa “separação" – sistema adoptado legalmente para designar um regime segundo o qual, os brancos detinham o poder e os povos restantes eram obrigados a viver separados dos brancos, de acordo com regras que os impediam de ser verdadeiros cidadãos. Foi este regime que prendeu no passado, o homem que acabara de ser eleito em 1994 presidente do seu país. Decorria o mês de Agosto de 1962, quando teve a primeira sentença de 5 anos de prisão por viajar ilegalmente para o exterior e incentivar greves, tendo sido a mesma agravada para prisão perpétua em 2 de Junho de 1967. Só foi libertado no dia 11 de Fevereiro de 1990.
Por outro lado, os brancos africanos assistiram às independências dos seus países vizinhos, nos quais, eclodiram guerra civis fratricidas que duraram dezenas de anos e onde os brancos foram estrategicamente “assustados” , renegados e “expulsos” da terra que os viu nascer.
Assim, a estes brancos da África do Sul, de acordo com o regime que criaram e de acordo com a história dos povos vizinhos, só lhes restava uma possível guerra civil e/ou uma fuga para fora do seu país.
Por isso os brancos que trabalhavam no Palácio Presidencial estavam de «mala e kuia», prontos para serem expulsos das suas funções.
Quando o mencionado Presidente chega ao seu gabinete, chama a sua secretária e pede-lhe para convocar de imediato uma reunião com todos os funcionários.
Os brancos pensaram «quer-nos dizer pessoalmente que estamos despedidos, para mostrar que agora são eles (os negros) que mandam».
O Presidente entrou na sala repleta de funcionários (os negros presentes eram todos novos nas sua funções), a maioria era de cor branca. A ansiedade era elevada.
O discurso do Presidente simplesmente deixou sem palavras, brancos e negros, porque ele acreditou e defendeu que o seu país só poderia ter futuro com a contribuição de todos, sem excepção e pediu aos brancos que quisessem acompanhá-lo na árdua tarefa de unir e desenvolver o país, para integrar a sua equipa presidencial. Esta foi a sua primeira medida de muitas, que veio a tomar.
A superioridade deste Presidente africano contrastou em absoluto, com a maioria de todos os outros. Ele evitou uma guerra civil, ele evitou a «debandada» dos quadros do seu país e com isso, evitou o abrupto empobrecimento da Nação e a deflagração da miséria generalizada. E sobretudo, permitiu que os filhos da terra pudessem continuar a viver na sua terra, a única que conheceram como sua!
Se todos os países africanos fossem abençoados com um presidente deste nível intelectual e espírito humanista como foi a Nação da África do Sul, hoje o continente africano seria tudo o que não é hoje.
Por isto e muito mais, não percam o filme produzido por Clint Eastwood que, de forma sublime, homenageia um dos seres humanos mais maravilhoso que o século XX e XXI conheceu e conhece – Nelson Mandela.
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
O homem grande e os homens pequenos!
Homem muito, muito grande.
Hoje excepcionalmente não irei falar de Angola, do Chicoronho ou da Huíla!
Mas, de um homem muito, muito grande!
Um homem que combateu o que de mais repugna qualquer ser humano minimamente informado e equilibrado – RACISMO.
Raça, um termo ainda hoje tão utilizado, mas que academicamente não tem qualquer significado, porque é um termo em si, vazio. Um termo criado politicamente. Não há raça humana, apesar de se ouvir muitas vezes essa designação, inclusive de professores universitários.
Há a Espécie Humana, pertencente ao Reino Animal. Com a evolução da espécie humana e com a sua diáspora pelo mundo fora houve a necessidade da sua pele se adaptar à Latitude que se encontrava. Assim resultaram as peles mais escuras com diferentes tonalidades, ou seja, do negro ao encarnado entre os trópicos de Cancer e de Capricórnio, como adaptação aos intensos e perigosos raios UV; Mas, à medida que o ser humano se foi instalando nas latitudes mais elevadas, a sua pele teve outras necessidades e por isso são peles mais claras. Simples de perceber!
Não há raças, mas sim etnias. Mas, mesmo em relação às etnias há confusões de interpretação.
Todos aqueles que vivem no mesmo espaço geográfico e partilham em grosso modo os mesmos hábitos ao nível da cultura, língua, musica, costumes, gastronomia, danças entre outros, então estamos perante o mesmo grupo étnico.
Claro que ainda hoje, muitos não conseguem desligar o conceito de etnia da cor das pessoas, mas uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.
Portanto, isto significa que podemos academicamente ter um negro, castanho, vermelho, amarelo ou branco pertencentes todos à mesma etnia, desde que estes convivam no mesmo espaço geográfico e partilhem os mesmos pressupostos acima mencionados.
Voltando ao homem grande que orgulhosamente eu sou contemporâneo, foi preso exactamente por defender que não havia raças humanas e muito menos que havia raças superiores e raças inferiores.
Foi preso por combater um sistema hediondo profundamente rácico.
Quando foi preso era um jovem adulto e permaneceu encarcerado durante décadas, quando saiu, já era idoso. Volto a repetir: ficou preso durante décadas. Ele tinha perdido toda a sua vida de juventude e de auge físico e intelectual numa prisão. Lembro que nenhum de nós vive duas vezes, ou seja, ele não teve segunda oportunidade de voltar a ser jovem.
Por conseguinte, quando foi anunciado a sua eventual libertação, os homens pequenos pensaram:
«ele sairá revoltado e quererá a vingança de quem lhe tirou as melhores décadas de vida»
Mas, quando um homem é grande, as suas acções e atitudes também o são, assim, depois de ele ser libertado, fez um discurso num estádio completamente lotado e para espanto dos homens pequenos, ele apelou ao dialogo em vez da divergência, ele apelou à compreensão em vez do ódio, ele apelou à tolerância me vez do seu contrario, ele apelou à reconciliação em vez da divisão.
O homem grande foi libertado no dia 11 de Fevereiro de 1990 e chama-se Nelson Mandela.
Hoje excepcionalmente não irei falar de Angola, do Chicoronho ou da Huíla!
Mas, de um homem muito, muito grande!
Um homem que combateu o que de mais repugna qualquer ser humano minimamente informado e equilibrado – RACISMO.
Raça, um termo ainda hoje tão utilizado, mas que academicamente não tem qualquer significado, porque é um termo em si, vazio. Um termo criado politicamente. Não há raça humana, apesar de se ouvir muitas vezes essa designação, inclusive de professores universitários.
Há a Espécie Humana, pertencente ao Reino Animal. Com a evolução da espécie humana e com a sua diáspora pelo mundo fora houve a necessidade da sua pele se adaptar à Latitude que se encontrava. Assim resultaram as peles mais escuras com diferentes tonalidades, ou seja, do negro ao encarnado entre os trópicos de Cancer e de Capricórnio, como adaptação aos intensos e perigosos raios UV; Mas, à medida que o ser humano se foi instalando nas latitudes mais elevadas, a sua pele teve outras necessidades e por isso são peles mais claras. Simples de perceber!
Não há raças, mas sim etnias. Mas, mesmo em relação às etnias há confusões de interpretação.
Todos aqueles que vivem no mesmo espaço geográfico e partilham em grosso modo os mesmos hábitos ao nível da cultura, língua, musica, costumes, gastronomia, danças entre outros, então estamos perante o mesmo grupo étnico.
Claro que ainda hoje, muitos não conseguem desligar o conceito de etnia da cor das pessoas, mas uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.
Portanto, isto significa que podemos academicamente ter um negro, castanho, vermelho, amarelo ou branco pertencentes todos à mesma etnia, desde que estes convivam no mesmo espaço geográfico e partilhem os mesmos pressupostos acima mencionados.
Voltando ao homem grande que orgulhosamente eu sou contemporâneo, foi preso exactamente por defender que não havia raças humanas e muito menos que havia raças superiores e raças inferiores.
Foi preso por combater um sistema hediondo profundamente rácico.
Quando foi preso era um jovem adulto e permaneceu encarcerado durante décadas, quando saiu, já era idoso. Volto a repetir: ficou preso durante décadas. Ele tinha perdido toda a sua vida de juventude e de auge físico e intelectual numa prisão. Lembro que nenhum de nós vive duas vezes, ou seja, ele não teve segunda oportunidade de voltar a ser jovem.
Por conseguinte, quando foi anunciado a sua eventual libertação, os homens pequenos pensaram:
«ele sairá revoltado e quererá a vingança de quem lhe tirou as melhores décadas de vida»
Mas, quando um homem é grande, as suas acções e atitudes também o são, assim, depois de ele ser libertado, fez um discurso num estádio completamente lotado e para espanto dos homens pequenos, ele apelou ao dialogo em vez da divergência, ele apelou à compreensão em vez do ódio, ele apelou à tolerância me vez do seu contrario, ele apelou à reconciliação em vez da divisão.
O homem grande foi libertado no dia 11 de Fevereiro de 1990 e chama-se Nelson Mandela.
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
ANGOLA POR RAZÃO
É afinal
para lá do que há de mais belo
e do maravilhoso e do fantástico
e do doce do mais doce caramelo
se assim podermos classificar
como um país nos possui
como a terra ao germinar
em alma e luz se dilui
em carne e sangue e genuíno
fio de lágrimas pela Pátria
tecido nas serras dos destino
e em ecos interiores é Mátria
é, na transcendência, afinal
para lá de lá dos cristais de gestação
que irrompe o meu mais puro e doce mal
de ter Angola por Razão.
Valério Guerra
para lá do que há de mais belo
e do maravilhoso e do fantástico
e do doce do mais doce caramelo
se assim podermos classificar
como um país nos possui
como a terra ao germinar
em alma e luz se dilui
em carne e sangue e genuíno
fio de lágrimas pela Pátria
tecido nas serras dos destino
e em ecos interiores é Mátria
é, na transcendência, afinal
para lá de lá dos cristais de gestação
que irrompe o meu mais puro e doce mal
de ter Angola por Razão.
Valério Guerra
domingo, 7 de fevereiro de 2010
Farra Angolana realizada pela ANANG
Ontem, dia 6 de Fevereiro de 2010, por momentos pensei que estava em Angola, mais concretamente, numa farra do Lubango. Na verdade estava em Portimão, na grande festa angolana organizada pela ANANG. O Presidente da ANANG, Valério Guerra, animou e emocionou os conterrâneos com a declamação de um poema de sua autoria.
Eu tive o privilégio de conhecer ilustres angolanos, pessoas extraordinárias com histórias de vida fascinantes. Alguns destes, estando distantes fisicamente da sua terra, deixaram os seus pensamentos, recordações e direi mesmo, as suas almas em Angola.
Não vou referir nomes, sob pena de me esquecer de alguém, mas devo salientar que foram muitos aqueles que felicitaram o autor Jorge Kalukembe, pelo seu livro CHICORONHO. A todos o meu obrigado pela simpatia.
Espero que Deus continue a iluminar o meu caminho para poder escrever mais e dar mais alegrias a todos aqueles que, através da leitura, recordam Angola, as suas vidas e a dos seus entes queridos que lá viveram e ficaram.
Bem-haja ANANG, que permite que a grande família angolana possa ter encontros destes.
Eu tive o privilégio de conhecer ilustres angolanos, pessoas extraordinárias com histórias de vida fascinantes. Alguns destes, estando distantes fisicamente da sua terra, deixaram os seus pensamentos, recordações e direi mesmo, as suas almas em Angola.
Não vou referir nomes, sob pena de me esquecer de alguém, mas devo salientar que foram muitos aqueles que felicitaram o autor Jorge Kalukembe, pelo seu livro CHICORONHO. A todos o meu obrigado pela simpatia.
Espero que Deus continue a iluminar o meu caminho para poder escrever mais e dar mais alegrias a todos aqueles que, através da leitura, recordam Angola, as suas vidas e a dos seus entes queridos que lá viveram e ficaram.
Bem-haja ANANG, que permite que a grande família angolana possa ter encontros destes.
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Encontro da ANANG, num mega Jantar em Portimão
Estimada familia angolana,
No próximo dia 6 de Fevereiro, teremos um mega jantar em Portimão, organizado pela ANANG.
Contamos com presença de todos, onde podemos falar de Angola, Lubango, Huila e dos Chicoronhos.
Nota: O pazo de inscrição para o jantar termina no dia 4 de Fevereiro.
No próximo dia 6 de Fevereiro, teremos um mega jantar em Portimão, organizado pela ANANG.
Contamos com presença de todos, onde podemos falar de Angola, Lubango, Huila e dos Chicoronhos.
Nota: O pazo de inscrição para o jantar termina no dia 4 de Fevereiro.
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
Borla num almoço angolano, à conta da amizade CHICORONHO.
Viva comunidade CHICORONHO, espero que estejam a gostar do livro CHICORONHO devo dizer que enquanto autor já ganhei uma «borla de almoço» do Presidente da ANANG e respectiva esposa, aliás ele pediu para que eu esclarecesse que ele não é o fundador da ANANG como eu disse, mas um dos fundadores desta.
Feita a minha correcção, devo dizer que foi um almoço à moda de bons angolanos, ou seja, almoçamos no terraço com uma magnífica paisagem de fundo, tudo isto acompanhado de uma agradável conversa sobre a nossa Huíla.
Aliás informo a comunidade Chicoronho que há uma forte possibilidade de fazer a apresentação do livro, na FNAC de Almada, mas ainda nada está acertado. Contudo conto desde já com o apoio pessoal do nosso estimado Valério.
Quero agradecer os comentários sobre o livro editado, parece que o Jorge Kalukembe escreveu algo que vai ao encontro do imaginário de muitos angolanos, lusoangolanos e amantes da literatura lusófona.
Feita a minha correcção, devo dizer que foi um almoço à moda de bons angolanos, ou seja, almoçamos no terraço com uma magnífica paisagem de fundo, tudo isto acompanhado de uma agradável conversa sobre a nossa Huíla.
Aliás informo a comunidade Chicoronho que há uma forte possibilidade de fazer a apresentação do livro, na FNAC de Almada, mas ainda nada está acertado. Contudo conto desde já com o apoio pessoal do nosso estimado Valério.
Quero agradecer os comentários sobre o livro editado, parece que o Jorge Kalukembe escreveu algo que vai ao encontro do imaginário de muitos angolanos, lusoangolanos e amantes da literatura lusófona.
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
FNAC Algarve - Agenda Cultural
A agenda cultural da FNAC, apresenta o livro CHICORONHO de Jorge Kalukembe no endereço:
http://cultura.fnac.pt/Agenda/fnac-algarve/2010/1/2/chicoronho
http://cultura.fnac.pt/Agenda/fnac-algarve/2010/1/2/chicoronho
Apresentação livro CHICORONHO de Jorge Kalukembe na FNAC Algarve
No dia 24 de Janeiro de 2010 na FNAC da Guia, Algarve houve a apresentação do livro CHICORONHO, do autor Jorge Kalukembe.
Foi um evento que contou com a participação do fundador da ANANG, Valério Guerra e do musico José Manuel, ambos naturais de Angola.
Coube ao Soba Valério apresentar a obra e declamar o poema «Regressei aos Teus Braços» acompanhado de forma sublime pelo musico José Manuel.
A apresentação do livro CHICORONHO, contou também com a participação de dezenas de angolanos, amigos de Angola e leitores da escrita dos PALOP.
Foi um evento que contou com a participação do fundador da ANANG, Valério Guerra e do musico José Manuel, ambos naturais de Angola.
Coube ao Soba Valério apresentar a obra e declamar o poema «Regressei aos Teus Braços» acompanhado de forma sublime pelo musico José Manuel.
A apresentação do livro CHICORONHO, contou também com a participação de dezenas de angolanos, amigos de Angola e leitores da escrita dos PALOP.
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
FNAC ALGARVE
Dia 24 de Janeiro de 2010, a FNAC do Algarve apresenta livro CHICORONHO.
O encontro da familia angolana, amigos de Angola e amantes da literatura lusofona está marcado para as 16 horas.
Um abraço à grande familia angolana.
O encontro da familia angolana, amigos de Angola e amantes da literatura lusofona está marcado para as 16 horas.
Um abraço à grande familia angolana.
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