No dia 8 de Janeiro, comemora-se o dia Nacional da Cultura Angolana, nesse sentido volto a publicar um poema meu dedicado à mais recente etnia nascida em Angola:
Etnia Chicoronho
Lá de longe, vieram as minhas origens
Terra apelidada de pérola do oceano
Com bravura e coragem embarcaram
Em direcção ao desconhecido
Que sobretudo era temido
Pelas mitológicas histórias
Mesmo assim duzentas e vinte e duas almas partiram
Num Outubro, chuvoso de dor
Dor de quem partia
Desespero de quem ficava
Por uma separação que amargava
Com lágrimas de sangue
O Índia desapareceu
No horizonte do oceano atlântico
Para os que partiram
A pérola do atlântico desaparecia
Mas surgia no horizonte a conhecida jóia da coroa
Situada do outro lado do hemisfério
Hemisfério sul, onde tudo era mistério.
Novembro foi o mês
Que a nova terra os conheceu
Moçamedes, assim se chamava desde 1849
Não seria aí que o grupo ficaria
Homens, mulheres e crianças
Partiram a pé pela savana dentro
Ajudados por carros bóeres
E nada mais
Escalaram ao sol
Com a dor da saudade dos entes queridos
Que ficaram para trás sofridos
Na véspera de natal chegaram ao seu destino
Em condições de facilmente perder o tino
Porque suas moradas mais não eram que barracões
Que lhes fez doer os corações
A promessa foi uma
A realidade foi outra
Não desanimaram
Porque àquela terra amaram
Em poucos anos
Chegaram mais conterrâneos
Juntos tomaram aquela terra como sua
Muitos enrolaram-se e juntaram-se com os muílas
Mal amados pelo omuputu
Estimados pelos muilas
O Omuputu tratava-o por colono
Por não terem direito ao seu nome
O muila apelidou de chicolonio
De tribo branca também foram chamados no Puto
Venceram os desafios
Porque na Huíla não estavam sozinhos
Os muilas foram seus amigos
E com eles surgiu a nova etnia
A mais recente de África - CHICORONHO
Jorge Kalukembe
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
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